No dia 29/06/2010 foi publicada na Folha de São Paulo a seguinte notícia: Apostila melhora nota de aluno em SP. O resultado da pesquisa, conduzida pelo Fundação Lemann, demonstrou pela primeira vez que o uso de apostilas teria impacto significativo no processo de aprendizagem, aumentando a nota dos alunos na Prova Brasil.
À parte do que pode existir de controverso no uso desses materiais em sala de aula, o resultado apenas mostrou que, em termos de formação de professores, o país ainda tem muito a fazer. Usando o material, o conteúdo de cada aula fica sistematizado e organizado tanto para professores quanto para alunos, destituindo o professor dessa função. Enquanto muitos argumentam que esse seria um engessamento do currículo, a sua utilização mostra que muitos profissionais ainda precisam ser guiados em atividades básicas como a preparação de aulas.
No entanto, meu enfoque nesse texto não será exclusivamente o uso ou não desses materiais e seus impactos em sala de aula. Essa semana saiu a notícia de que a Abril Educação comprou o grupo Anglo, que engloba o Anglo Sistema de Ensino, o Anglo Vestibulares e o Siga, voltado para concursos públicos. A compra tranforma o Abril Educação no segundo maior grupo nesse segmento, e aponta a estratégia da empresa em se tornar o líder do país.
Ambas as notícias, quando colocadas lado a lado, apontam que existe a possibilidade de expansão do ensino apostilado em diferentes âmbitos de ensino, seja ele privado ou público. Talvez seja de interesse das empresas expandir o mercado de venda de apostilas e investir na criação de novos materiais, mas é preciso considerar qual o seu impacto a longo prazo na educação do país. Investir nas apostilas é uma resolução de curto prazo, um mero remendo para um problema que é estrutural. Enquanto os princíos estrurantes não forem reformulados e a educação começar de baixo, sendo vista como um proceso de crescimento do indivíduo e culminando na formação de professores, as estruturas recebem apoios cada vez mais pré-fabricados e insuficientes. Afinal, melhorar notas não é resolver a questão.
quarta-feira, 14 de julho de 2010
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