quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Não fui abandonado!

Gente, só para registrar, eu não abandonei o blog. Férias, final de ano, vida agitada dá nessas coisas. Nos vemos em 2010!! Com mais textos, entrevistas e pautas diferenciadas!

beijo grande! inté!

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Dicas de leitura organizada por idade podem auxiliar professor e pais

Existe sempre uma dúvida no ar quando pais levam seus filhos para comprar um livro em alguma livraria ou professores fazem planejamento de aula para o próximo ano. Vai então uma dica: A Fundação Victor Civita, vinculada a Editora Abril, tem várias iniciativas voltadas para Educação, entre elas dicas de livros que podem ser lidos por crianças e jovens de 02 a 18 anos, publicadas no site do projeto "Educar para crescer". O projeto engloba diversas atividades, como o desenvolvimento de blogs, material didático e textos sobre aprendizagem e leitura com orientãções para os pais.

Ainda não dei uma lida no material que me mandaram, mas estou divulgando o site porque existe a possibilidade de alguém fazer bom uso dessas informações. Para quem não sabe, a editora Abril é responsável pela publicação da revista Nova Escola. Outra possível fonte, que eu também não cheguei a ver ainda.

Se mais alguém souber de alguma coisa legal, é só mandar...

ps: Lulu, querida, obrigada pela dica!

domingo, 6 de dezembro de 2009

Mais notícias!

Ministério da Educação manda projeto para o Congresso para alterar a legislação, estabelecendo idade máxima em 6 anos para a criança entrar na escola pública ou particular no primeiro ano do ensino fundamental. Atualmente, cada Conselho Estadual de Educação é responsável por fixar essa idade. O problema apresentado pela matéria é que muitos alunos, com a mudança do sistema (1a a 8a série para 1 a 9 ano), devem acabar o ensino fundamental aos 15 anos.

Embora a resolução possa representar uma mudança para muitos alunos, não sei se ela seria significativa. Não consigo enxergar como a medida seria um problema, propriamente dito. (Se alguém conseguir, por favor me explique). Se for meramente uma questão de idade, talvez seja melhor que os alunos cheguem mais maduros ao ensino médio, tendo mais tempo para pensar sobre carreiras e profissões possíveis. Em termos práticos, em nada vai alterar a vida da classe média ou alta. Talvez interfira nas classes sociais mais desfarovecidas, afinal, a previsão é que o aluno passe um ano a mais estudando ao invés de trabalhar período integral e contribuir para as finanças da família. E essa foi a única implicação possível dessa medida em que eu consegui pensar. Alguém consegue pensar em mais alguma?? Algum comentário??

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Sobre a possibilidade de fechamento da melhor escola pública, de acordo com Saresp 2008

Estava calmamente lendo a Folha, quando surgiu uma notícia completamente ilógica na minha frente: a escola estadual  de ensino médio que conseguiu melhor nota no Saresp em 2008 está para ser fechada pelo próprio governo paulista, por falta de alunos. Localizada no Butantã, a escola estadual Alberto Torres não deve oferecer aulas em 2010, sendo assim a recomendação é que pais e alunos procurem outra escola na região.
 Em outubro, pais, alunos, professores e funcionários foram convocados para uma reunião pela vice-diretora, Eunice Ramos, e um representante da Diretoria de Ensino da Região Centro-Oeste, na qual foram informados da decisão de fechamento da escola.

O jornal relata que, segundo a Secretaria da Educação do Estado, a decisão de fechamento da unidade cabe a Paulo Renato, secretário da educação, e nada está decidido ainda. Os gastos com a unidade estão sendo analisados, já que houve uma queda de 73% no número de alunos matriculados desde 2005 e há salas vazias. Segundo a reportagem, a vice-diretora Eunice Ramos não foi orientada a fazer nenhuma reunião para anunciar o fechamento do colégio.

Mais uma vez, a discussão gira em torno do aspecto mercantil da educação e em nenhum momento se questionou a razão da escola ser considerada a melhor no Saresp ou se este não seria um motivo central para manutenção do colégio. Um dos fatores que pode contribuir para a qualidade do ensino é a quantidade de alunos em sala de aula. Com classes menores, os professores podem dar uma atenção mais dirigida a cada aluno, criando uma relação mais próxima e até mesmo afetiva. Além da possibilidade dos professores terem tempo para buscar cursos de formação continuada, mestrado ou doutorado e elaborarem melhor as aulas, tendo em vista que a demanda pelo trabalho fora da sala de aula  (corrigir provas e trabalhos, por exemplo) diminuiu nos últimos anos.

Talvez existam mais fatores envolvidos, mas por enquanto não consegui pensar em nenhum. Se alguém quiser expôr seus pontos de vista, é só postar um comentário ou mandar e-mail.  

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

As Polêmicas Aulas de Religião

Uma das coisas mais cafonas da PUC é que existem aulas de religião. Confesso que tenho um senão com aulas que envolvam a temática religiosa, mas simplesmente porque acho que muita gente não sabe a distinção entre aula e pregação. Tive um ano dessas aulas: um semestre com um professor, que foi praticamente exorcizado do Jornalismo depois que passou pela nossa sala, e no segundo semestre outro.

Um das polêmicas com a aula é que faz muito tempo que a PUC é frequentada por católicos, agnósticos, ateus, judeus, umbandistas, presbiterianos e evangélicos. Tem até Bola de Neve. Enquanto a temática religiosa está restrita ao âmbito filosófico, tudo flui bem e certas questões parecem bem interessantes. Mas vai sempre depender da abordagem dada pelo professor.

O tal do professor de primeiro semestre resolveu ensinar o que era a religião católica e defender os preceitos das encíclicas, dos discursos papais. Muito retrógrado!O livro dele servia de base para discussão, mas ele insistia em tratar de temas polêmicos como aborto, uso de camisinhas e anticoncepcionais e etc. Sempre tentando cooptar pessoas a acreditar, ou pelo menos comprar, a argumentação do catolicismo. Uma vez ele até falou que aspessoas não deveriam usar camisinha ou qualquer outro método anticoncepcional porque isso ia contra as leis divinas. Os jornalistas cri-cris que estavam na sala estavam sempre caindo de pau em tudo o que o professor falava (eu era uma delas) e, depois de muita luta verbal, ele resolveu que era melhor mudar de curso. Fazia sentido...

No segundo semestre, o professor tratou de temas como: a orientalização da crença, mélange e sincretismo religioso, por quê as pessoas tem fé. Muito mais interessante, sem grandes conflitos. Metade das pessoas tinha perdido o interesse na disciplina, mas participava esporadicamente da aula. A outra metade nunca fez esforço nenhum para participar e resolveu que era melhor se concentrar em conseguir nota no trabalho de fim de semestre. Acontece...

domingo, 29 de novembro de 2009

Professor devia ser Jubilado também!!

Outro dia tive o grande desprazer de receber as instruções para o trabalho de final de semestre de uma disciplina de literatura portuguesa que eu curso na USP. Explico: as instruções do trabalho envolviam ler um livro sobre Camões escrito pelo meu professor e com os comentários de leitura da esposa, também professora da mesma disciplina. Bruta sacanagem canastrona! O melhor era que ambos estavam comentando, em sala de aula, a dificuldade de analisar obras de autores vivos. Agora imagine a dificuldade de fazer um trabalho sobre o livro do próprio professor. Peloamordedeus!

A prática parece ser recorrente e gostaria de expressar minha indignação. Existem casos que pode ser compreensível a necessidade de utilizar o material feito pelo próprio professor, por exemplo, se ele for especialista da área ou o assunto estiver relacionado com a temática da discussão. Mas, por favor, que os textos escritos pelos professores não estejam envolvidos em nenhum tipo de avaliação.

ps: Só de birra usei só material escrito por ele nas minhas referências bibliográficas, do trabalho final. Será que ele vai reclamar?? Tem alguns professores da USP que podiam ser jubilados também!

ps2: Existem professores que, muito pelo contrário, por mais que nós clamemos pelos seus textos eles discretamente "esquecem" de enviá-los. Compreensível, mas que fique registrado que quando é pedido,é porque faz sentido.

Caso alguém tenha algum caso/causo interessante, escrevam: email (reflexoesensino@gmail.com ou jusayao@gmail.com).

Ruminando Escritos Antigos

Estava revendo algumas postagens antigas, do meu outro blog, e dei de encontro com um texto sobre a Intuição. Está baseado em um texto lido e discutido em sala de aula, em uma das aulas de mestrado, mas quando eu escrevi sobre ele não me referi à Educação. Vamos à ele:

A Desmistificação Acadêmica da Intuição

A intuição foi negada pelos iluministas, positivistas e racionalistas em geral como parte constituinte do ser humano. Na era da auto-ajuda, ela se transformou em uma espécie de mantra do sexto-sentido, ligado ao místico e ao inexplicável das sensações humanas. Bem cartomancista e premonitório.


Guy Claxton, um educador inglês, propõe que as escolhas feitas no âmbito profissional sejam mediadas pela intuição, se a tomarmos como sendo a junção do processo racional de apreensão da realidade e conhecimento do mundo e do aspecto emotivo, afetivo e impulsivo da existência.


Essa nova forma de intuição seria constituída por 6 fatores:


  • Expertise: know-how, aprendido pelo estudo e pelas vivências profissionais de cada um;


  • Aprendizado: reconhecimento das variáveis envolvidas, por exemplo, na educação e no processo de ensino/aprendizagem e na formação do ser adulto (crítico, racional, emocional);


  • Julgamento: escolhas e posicionamentos adotados, capacidade de julgar as ações e os fenômenos e agir em resposta;


  • Sensibilidade: percepção aguçada das situações, das emoções, dos acontecimentos ao seu redor;


  • Criatividade e capacidade de resolução de problemas: processo de inovação, mudança e busca de soluções para as situações enfrentadas;


  • Ruminação: reflexão sobre situações, vivências, dificuldades - associada aos sonhos, à imaginação - da qual extraímos o significado e o sentido das ações e suas implicações.


De qualquer forma, segundo Claxton, é preciso tomá-la como uma nova forma de conhecimento e, para isso, é necessário estar aberto às mudanças comportamentais implicadas nessa nova abordagem. As assepções e os comportamentos derivados desse novo método deveriam ser tomados como falíveis, tanto do ponto de vista teórico quanto prático, dando a dimensão de que o conhecimento é uma construção, um processo e que é preciso errar para um dia estar certo, tropeçar para poder levantar.


Fiquei intrigada porque (talvez seja impressão minha) no mundo pós-moderno as ações profissionais estão cada vez mais limitadas pela racionalização do processo, pela maquinicidade da atividade e pela linhas de produção. Será que está nos faltando essa dimensão sensitiva, emocional, esse gut feeling da intuição? Ou somos todos pragmáticos em busca de certos resultados, conseguidos pela subserviência muda aos manuais?


Isso é, então, um convite à ousadia. Não a uma ousadia absolutamente impulsiva e irresponsável, mas àquela dimensão da experimentação em que existem ponderações e autolimitações e existe ainda o espaço do desejo, da vontade, do querer.


Referências:


Claxton, Guy. 2000. The anatomy of intuition. In: The Intuitive Practioner: On the value of not always knowing what one is doing. Buckingham: Open University Press. pp. 33-52.


Guy Claxton Website: http://www.guyclaxton.com/


(Publicado em Uma Abelha Ferro(o)u Minha Campainha, site: http://abelhanacampainha.blogspot.com/ em 14/10/2009).

Agora, se pensarmos na aplicação da intuição dentro da sala de aula, podemos ter como exemplo aquele momento decisório em que uma discussão é interrompida ou instigada porque acredita-se que será frutífera (vale mais a pena deixar correr do que seguir o planejamento de aula) ou perda de tempo completo (a atividade inicialmente programada é mudada na hora). De qualquer forma, estaria relacionada à uma percepção e interpretação do momento e à ação conseguinte.

Eu imagino que muitos professores tenham experiências desse tipo que possam ser compartilhadas. Quem se sentir inclinado à relatá-las, fique à vontade:comentários e e-mails são sempre bem-vindos.