Eu fiz o colegial na Escola Vera Cruz, em um prédio vizinho ao enorme edifício dos correios que tem na avenida do Ceasa. Sete anos atrás, não existiam aqueles prédios mais chiques e grandes, muito menos a quantidade enorme de lanchonetes, cafés e restaurantes do outro lado da Imperatriz Leopoldina. O chão da escola queimava os pés no calor, mas era moda andar descalço para cima e para baixo, pelo menos durante o recreio.
Algumas vezes, tentando aproveitar o gostoso da primavera e do verão, alguém apresentava na sala de aula a maravilhosa idéia: Vamos ter aula ao ar livre! Era quase uma defesa do método peripatético aristotélico, não fosse também uma tentativa de diferenciar o ambiente de discussão e tomar um solzinho gostoso. Sempre tinha alguém que se responsabilizava por não bagunçar a aula, senão não teríamos mais. E sempre tinha aquele aluno com uma lábia charmosa, que tentava dobrar as reticências do professor ou professora.
Havia algo por detrás da decisão de dar a aula no pátio ou ficar em sala, o qual eu nunca tinha imaginado: será que essas aulas motivavariam disperssariam os alunos? Como fazer com que todos ouvissem e entrassem na discussão se não havia aquela organização espacial tradicional e nem mesmo a acústica. Sinuca de bico.
Bom, cada sala é uma sala, cada professor é um, então a decisão nem sempre era favorável ao que nós tínhamos proposto. Mas, quando era favorável, aprender tinha um que de leve e gostoso com o qual nem todos têm ou tinham contato. Será que modificar a estrutura tradicional, vez ou outra, não poderia ser uma estratégia para engajar mais alunos? Talvez, enquanto educadores, a criatividade tenha que estar sempre trabalhando à favor de técnicas e ações possíveis... Sem necessariamente pensar em certo e errado em termos do paradigma tradicional, mas levando em consideração como aquela determinada turma reagiria a esse tipo de ousadia.
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
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